Remanejamento de Porta-Paletes e seus riscos

Cada sistema de armazenagem é concebido para uma finalidade específica, com o objetivo de atender uma determinada demanda. O documento que apresenta essa particularidade é o “projeto”. Normalmente, ele apresenta todas as características do produto, os pormenores da implantação e os limites de uso do mesmo, incluindo a capacidade de carga. 

Por se tratar de um produto pré-engenheirado, os sistemas de armazenagem acabam muitas vezes sendo vistos como flexíveis a mudanças, afinal é impossível não associar sua proposta construtiva a um brinquedo de blocos de construção, onde diferentes peças podem se encaixar de infinitas maneiras diferentes.

Embora a possibilidade de mudança exista, sendo ofertada pela própria característica do produto, a mesma deve ser sempre validada antes de ser realizada, haja visto que pequenas mudanças nas condições construtivas podem impactar em grandes mudanças em seu desempenho. Uma das principais razões que ocasionam colapsos nestes sistemas é a mudança arbitrária das características originais de um produto sem a prévia validação de um especialista.

Por exemplo: Por menos intuitivo que se possa parecer, a remoção de níveis de armazenagem de um determinado porta-paletes seletivo e a consequente redução na sobrecarga total armazenada, não necessariamente origina uma solução mais segura. Isso acontece porque as longarinas (vigas) são responsáveis não somente pela recepção e encaminhamento das ações oriundas das unidades de carga armazenada sobre as mesmas, mas também pela contenção das colunas. Quando um nível de longarina é removido, ou reposicionado, impõe-se ao sistema uma alteração nas suas condições de estabilização, o que pode ser muito nocivo para a segurança do produto.

Logo, em qualquer situação de remanejamento deve-se consultar previamente o fabricante para que ele analise se a mudança desejada não poderá afetar a segurança e a portabilidade da estrutura. Nos casos em que isso não seja possível (por exemplo na aquisição de estruturas usadas ou que não se identifica o fabricante), é imprescindível a contratação de uma empresa especializada para que valide os perfis existentes e as adequações propostas. 

Sobre o autor

Flávio Piccinin

Flávio Piccinin

Formado em Engenharia de Produção, Especialista em Logística e em Finanças Corporativas e MBA em Gestão de Operações, atualmente é Diretor de Operações da ISMA.

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